quinta-feira, 9 de maio de 2013

Raquete nos cornos

Afonso é o nome do irmão da melhor amiga da minha irmã, por questões de conveniência, eu também me tornei a melhor amiga dele. Brincava-mos todos os dias, quando não era aos papás e às mamãs era lutas entre o action-man dele e o meu rico Ken, brigas para conquistar a bela Barbie que tinha o nome de uma "piriguete" qualquer de alguma novela brasileira. Tanta brincadeira, que na inocência, mesmo sendo eu rapariga e ele rapaz, nunca achei mal brincar com ele dentro de água enquanto ele tomava banho. Até que começamos a crescer e a coisa claramente começou a ficar estranha, eu até podia não ser muito curiosa, mas não era o caso do Afonso. 

Perto das férias de verão, a Câmara do meu concelho decidiu distribuir a todas as crianças que estudavam no 1º ciclo, uma toalha de praia, acompanhada por um chapéu e umas raquetes de praia. Como de habitual, já era de noite, a minha estava irmã trancada no quarto com a irmã dele na fofoquice e eu sozinha com ele na sala a ver o Dartacão. Já tinha 9 anos, foi a altura em que apesar de teimar em não usar soutien, já tinha algum peito e numa distracção o Afonso chega-se perto e mim e apalpa-me as mamas. Ora o azar dele foi eu ter uma das raquetes na mão e ter reagido rápido de mais. 

Lá foi o Afonso a correr, fazer queixinhas à mãe, que lhe tinha batido. Foi assim que ele levou com uma raquete nos cornos, mas foi também, como eu fiquei de castigo pela milésima vez.

terça-feira, 7 de maio de 2013

O lobo mau


Esta história creio que decorreu entre o 2º e a 3ª classe, até porque vestia aquele vestido verde xadrez ridículo que tanto gostava, quem me levava à escola era o avô de um colega meu porque a minha mãe nunca teve horários de trabalhos compatíveis com a minha vida escolar, bati à porta e o João não estava pronto, não era habitual, mas ele tinha-se atrasado a almoçar. O senhor disse-me para entrar e eu com toda a minha inocência entrei e sentei-me no sofã da sala, o meu colega estava a almoçar na cozinha e o velhote sentou-se ao pé de mim.

Não me lembro de ele ter dito alguma coisa, apenas olhou para mim com uns olhos estranhos que nunca tinha visto, pegou-me pelo pulso e puxou a minha mão na direcção das virilhas dele. Eu na altura ainda não sabia o que era a pedofilia, creio que a história da casa pia só surgiu um tempo depois, mas lembrei-me de outra coisa, nós na primária achavamo-nos muito crescidos por já ter visto o canal 18, mesmo se tivesse sido só uma vez, o facto de termos visto o acto sexual mostrava o quão maduros éramos, com isto surgiu na minha cabeça que tocar em algo, nomeadamente o órgão sexual masculino, seria algo errado para alguém da minha idade e sai de casa dele a correr.

A partir desse dia, apesar da grande distância, fui sempre para a escola sozinha e nunca contei aos meus pais. Continuei muito amiga do João, contudo quando o senhor faleceu, senti-me culpada por não conseguir dar-lhe os meus pêsames, porque ao longo que fui crescendo, nutri muita raiva raiva por este senhor. Sei que é uma coisa feia de se dizer, mas senti uma certa alegria quando ele faleceu.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Só visto...

Tive a oportunidade de descansar um dia durante a manhã e a porcaria das velhas coscuvilheiras decidem ficar à conversa bem de baixo da minha janela. Mais o que eu quero saber, é que o António deu um desgosto à coitada da mãezinha e que a Maria vai se separar do Manuel. Quero dormir descansadinha porra!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Alma, a vampira

Nesta altura ainda não havia cá crepúsculos ou twillights e eu já tinha os dentes todos na boca ou estava perto de ter, era de noite, apesar de me lembrar de frestas de luz a atravessar a janela, mas este caso não consigo justificar que a minha memória é meio instável. Estava a minha irmã mais velha em trajes menores escarrapachada na cama, portanto deduzo que fosse verão e eu muito chateada, talvez por ainda dormir num berço, decidi dirigir-me até ela e tentar puxa-la da cama de todas as maneiras possíveis enquanto ela que tinha mais força ela resistia como se nada fosse... muito aborrecida saltei para cima da cama, armei-me em piranha e pumba, mordi-lhe nas costas até ela sangrar. Foi assim que ela caiu em cima do meu penico aparentemente cheio de xixi, seguidamente pregou-me uma chapada, eu comecei a chorar e chega a minha mãe, vê o cenário, eu com a boca cheia de sangue a chorar e pumba... coitada da minha irmã levou nos cornos.  

A vida têm coisas injustas não têm? Não tivesses apertado o meu nariz todas as noites da minha vida até eu começar a chorar, foi o karma!

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Traumas de infância e a camisola dos patinhos

Estávamos em Julho, ou talvez Agosto de um ano meio abstracto, não me lembro se tinha uns 6 ou uns 8 anos, do que me lembro é que fazia um calor abrasador e que eu tinha vestido um conjunto de t-shirt e calção verdes dos patinhos, a minha roupa preferida na altura. A Ana Banana, rapariga que não gostávamos muito na altura por ser queixinhas, convidou-me a mim e a outra amiga para irmos lanchar à casa dela. Neste momento pouco importava a personalidade dela, ela tinha-nos oferecido comida e nós com olhos de fome fomos atrás dela que nem dois carneirinhos. A "pretinha", a minha outra amiga foi à casa de banho enquanto eu e a Ana Banana experimentamos várias roupinhas nas bonecas da menina riquinha, até que depois de uns minutos, sai a "preta", com as mãos cheias de merda, corre atrás de mim e espeta as mãos na minha barriga rechonchuda. Há várias coisas nunca me esqueci... o cheiro da merda de quem comeu uma porra de um frango no churrasco e o motivo pelo qual não gosto de amarelo.